Livro: Manifesto Libertário – Por Uma Nova Liberdade

Autor: Murray N. Rothbard

Editora: Mises Brasil

Páginas: 402

 

Em um mundo dividido pelo maniqueísmo próprio das culturas ocidentais, posicionadas em conceito como o bem e o mal, o professor Murray N. Rothbard, fundador do Centro de Estudos Libertários, nos convida por meio do Manifesto Libertário – Por Uma Nova Liberdade, a encarar uma terceira realidade no campo da política: o libertarianismo. Um mundo sem governos. Um novo contrato social que tira da frente dos povos a tirania dos governos e a escravidão dos impostos, taxas e tarifas.

Li o manifesto com muita atenção e, como sempre acontece, tudo é centrado nos Estados Unidos da América. Mas eu tenho uma receita infalível: faça de conta que Estados Unidos é Brasil, que americano significa brasileiro. Então, transmude a leitura. Onde está “Rumo a um Estados Unidos mais Livre” substitua e leia “Rumo a um Brasil mais Livre”. Dará certo. Principalmente porque temos o hábito de importar tudo que eles têm de pior, até seu lixo cultural e sua política bilateral.

Chega a ser insuportável para os analistas políticos o fato de o Brasil ter mais de 30 partidos dividindo o Congresso Nacional. Seria tão mais fácil ter apenas dois partidos, duas mentalidades, dois conceitos, dois pontos de vista… Porém, neste setor da sociedade, na política propriamente dita, o Brasil é infinitamente mais rico que os Estados Unidos. Descontando, é claro, este traço fora da curva que é o “bolsonarismo e o petismo”. Houve um momento no Brasil que a Presidência foi disputada por Leonel Brizola, Ulisses Guimarães, Mario Covas, Afif Domingues, Lula, Celso Brant, Fernando Gabeira, Eneas Carneiro, Roberto Freire, Paulo Maluf, Aureliano Chaves… Eram 22 candidatos a presidente e entre eles alguns luminares da política nacional. Jamais os Estados Unidos, Inglaterra ou Alemanha tiveram que escolher em uma plêiade. Escolhemos Collor, o menos pior entre os piores e deixamos os melhores de fora. O resto é história.

Os libertários vêm o mundo de outra forma, fora do bifocal. Aliás, para os libertários, governos atrapalham o mundo, emperram o desenvolvimento econômico, social e cultural. Para os libertários, cada um deve cuidar da sua vida. Eles propõem o fim do assistencialismo, incluindo o estado de bem-estar social. Todos devem trabalhar para viver e não viver às custas de “esmolas” do estado, que degrada o homem, deforma a alma e humilha a família. Defendem de forma intransigente a propriedade, partindo do pressuposto de que a liberdade pessoal é uma espécie de propriedade que ninguém tem o direito de tomar ou aprisionar.

Vale a pena ler o Manifesto Libertário porque ele nos mostra que há outras espécies de pensamento, outros conceitos políticos e econômicos e de certa forma outras ideologias. Não significa que é melhor ou pior que o capitalismo/liberalismo ou comunismo/socialismo. Para alguns, o movimento libertário é o movimento anarquista de direita. Eles negam. Os libertários não se colocam nem se definem como esquerda ou direita, ao contrário, definem-se como combatentes desses rótulos e das posturas políticas convencionais.

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