Livro: A Revolução dos Bichos
Autor: George Orwell
Páginas: 147
Editora: Companhia da Letras
Há 139 semanas na lista da revista Veja dos livros mais vendidos, A Revolução dos Bichos é um clássico do século 20 que permanece atualíssimo. George Orwell escreveu essa ficção, como um conto de fadas, em 1945. É uma sátira do stalinismo soviético; uma sátira tão mordaz e feroz que muitas editoras se recusaram a publicar o livro. O mundo mal havia saído da devastadora guerra mundial (1939/1945) e o Ocidente via na União Soviética a aliada que ajudara a combater o nazifascismo na Europa.
Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair) usou os animais para retratar a ditadura stalinista e denunciar o regime que estava cometendo atrocidades contra seu próprio povo para assentar em definitivo um novo tipo de imperialismo: a ditadura do proletariado que, de proletário não tinha nada. Os soviéticos logo se transformaram em tecnocrata ferozes e burocratas amestrados, o que levou Orwell a escolher os porcos na representação do novo establisment na Rússia.
Com o advento da Guerra Fria e a polarização econômica, política, cultural e armamentista entre Estados Unidos/União Soviética, logo o livro de Orwell foi alçado à categoria de arma ideológica, contra a vontade do autor que era declaradamente socialista, tendo inclusive lutado voluntariamente na Guerra Civil Espanhola, nas fileiras dos Republicanos.
Essa fábula é um recorte inusitado e muito bem escrito de uma parte vigorosa do Século 20. Como escreveu um dos resenhistas da obra, A Revolução dos Bichos continua sendo “uma leitura prazerosa e iluminadora mesmo para quem desconhece o contexto histórico-político que inspirou o livro”.
Aos modernos leitores do século 21 fica um aviso igualmente mordaz: qualquer semelhança com a atual situação mundial em várias nações do mundo, inclusive o Brasil, não será mera coincidência. O mundo que Orwell retratou é o da União Soviética stalinista, mas serve para qualquer tipo de regime instaurado pela força ou mantido sob ditadura, seja ela de esquerda ou de direita.
Umas das melhores traduções do livro é de Heitor Aquino Ferreira, com 147 páginas, com publicação econômica muito bem feita pela Companhia das Letras, com posfácio de Christopher Hitchens, jornalista, escritor e crítico literário britânico que morreu em 2011, nos Estados Unidos, onde vivia e trabalhava.
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