Pesquisadores passaram 40 noites em floresta observando espécie de rã.
Só seis posições de acasalamento eram conhecidas até então.
Durante anos, cientistas achavam que rãs e sapos usavam apenas seis posições para acasalar. Uma nova descoberta sugere que eles estavam errados. Em uma floresta na Índia, pesquisadores documentaram uma sétima posição sexual entre rãs da espécie Nyctibatrachus humayuni, também conhecidas como rãs noturnas de Bombaim.
A última novidade do “Kama Sutra” dos anuros é a chamada posição escarranchada dorsal. Como as outras posições – mas diferentemente do sexo mamífero – ela tem o objetivo de permitir que o macho fertilize os ovos fora do corpo da fêmea.
Os pesquisadores passaram 40 noites em uma floresta densa da Índia buscando rãs macho seguindo seu chamado de acasalamento e filmando a ação quando a fêmea aparecia.
Em um trabalho publicado nesta terça-feira (14) pela revista científica “PeerJ”, S. D. Biju, da Universidade de Delhi, e sua equipe de pesquisa descrevem o que viram:
Quando a fêmea faz o contato físico, o macho sobe nas suas costas. Mas em vez de agarrá-la pelas axilas ou cabeça, como rãs de outas espécies fazem, ele coloca suas patas nas folhas, ramos ou galho da árvore onde o par está apoiado. Depois de uma média de 13 minutos, ela arqueia suas costas de forma repetitiva e ele sai de cima dela.
Ela põe os ovos depois e permanece imóvel com as patas traseiras esticadas por vários minutos ao redor dos ovos. Depois ela sai.
Os pesquisadores suspeitam que, durante o ato, ele deposita o esperma nas costas da fêmea. O esperma, então, escorre para fertilizar os ovos enquanto ela os envolve com suas pernas, sugerem os pesquisadores.
Mas um cientista que não participou do estudo questiona a conclusão. Narahari Gramapurohit, da Savitribai Phule Pune University, da Índia, que estuda a mesma espécie de rã, diz que ele não acredita que o estudo tenha descoberto uma nova posição sexual. Ele também duvida que o esperma chegue até os ovos a partir das costas da fêmea.
De qualquer forma, o trabalho das rãs pode ter sido em vão. Dos 15 grupos de ovos que os pesquisadores monitoraram para o estudo, 12 foram comidos por predadores antes da eclosão.
Fonte: G1 Natureza