Apesar disso, rio vai ficar bastante afetado e medidas devem ser rápidas.
Multa vai ser lavrada à Samarco por causa de danos causados.

Júdice também disse uma multa vai ser lavrada à Samarco, mineradora responsável pelas barragens. Segundo ele, o valor ainda não foi calculado, mas vai ser proporcional ao patrimônio da empresa, bem como ao dano causado.

“A responsabilidade da empresa pela recuperação do dano ambiental é objetiva, inclusive de indenizar os pescadores e as pessoas afetadas por esse acidente que a gente lamenta muito. Além disso, a empresa tem que se colocar à disposição para todos os esclarecimentos do órgão ambiental”, destacou o secretário.

Questionado sobre uma possível contaminação da água, Júdice ressaltou que ainda não há um resultado das análises, mas falou que a presença de mercúrio é improvável.

“A extração de minério, há muitos anos, não usa mercúrio, então, é provável que não tenha, mas não podemos afirmar com precisão. O ferro e a lama já impedem o oxigênio e, obviamente, a mortandade de peixes é fato notório”, pontuou.

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Samarco tem que distribuir água e monitorar rio

O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) informou, nesta segunda-feira (9), que a mineradora Samarco tem que distribuir água aos moradores e monitorar o rio, em função dos impactos ambientais e socioeconômicos que serão causados no Espírito Santo pela lama de rejeitos que atingiu o Rio Doce.

A determinação do Instituto é para que a empresa promova todo o apoio necessário aos municípios e aos cidadãos capixabas que forem atingidos pela onda de lama. Para isso, a mineradora  deverá realizar ações que minimizem os impactos ambientais decorrentes da impossibilidade do tratamento de água nos locais afetados pelos rejeitos, assim como pelo comprometimento de outros usos que são feitos do Rio Doce como agricultura e a pesca.

Em nota, a Samarco informou que está atenta a qualquer repercussão no Espírito Santo e em constante contato com as autoridades competentes.  A empresa disse que está tomando todas as providências possíveis para mitigar os impactos ambientais gerados e, em caso de necessidade, auxiliar prefeituras e as comunidades em eventuais ocorrências.

“A coleta de amostras de água nos trechos impactados já foi iniciada e terá continuidade até a normalização da situação. É importante mencionar que a empresa está, no momento, concentrando seus esforços no atendimento às pessoas atingidas”, diz a nota.

As operações da empresa na Unidade de Germano/Minas Gerais já estão paralisadas. Na Unidade de Ubu, em Anchieta/Espírito Santo, as operações industriais serão paralisadas ao final dos estoques de minério, bem como as operações de embarque, que serão interrompidas ao término dos estoques de produtos.

Monitoramento
Uma empresa contratada pela Samarco, responsável pela barragem que rompeu em Mariana, está coletando amostras ao longo do Rio Doce no Espírito Santo. Eles estão medindo a qualidade da água antes e depois da chegada dos rejeitos. À reportagem eles disseram que não estão autorizados a falar mais sobre os trabalhos.

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Governador sobrevoa região

O governador Paulo Hartung sobrevoou a região Noroeste do estado na manhã desta segunda, de onde coordena as ações que buscam amenizar os impactos dos rejeitos.

“A nossa equipe de governo e as equipes das prefeituras vêm trabalhando de uma maneira coordenada, com todos os setores, como Defesa Civil e o setor de água. Nós unimos os técnicos da Cesan e os técnicos dos SAAEs na região do [Rio] Doce. Esse trabalho tem o intuito de amortecer o impacto no ponto de vista da população naquilo que está ao nosso alcance, infelizmente tem muita coisa que não está, numa tragédia como essa”, explicou Hartung.

O governo trabalha com a possibilidade de suspensão do abastecimento de água por tempo indeterminado em Baixo Guandu e Colatina. Equipes de análise monitoram a qualidade da água do Rio Doce e caso seja constatada imprópria para consumo, o abastecimento será interrompido imediatamente.

Governo federal
O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, colocou à disposição do governo do Espírito Santo as ações federais para enfrentar a chegada ao estado dos rejeitos de mineração provenientes do rompimento das barragens em Mariana.

O ministro estará nesta terça-feira com o governador Paulo Hartung, para tratar apoio federal nas ações de assistência à população das cidades atingidas.

A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) estão desenvolvendo ações de apoio ao estado em coordenação com os órgãos locais.

Doações

Segundo o governo do estado, órgãos públicos e empresas privadas já doaram um total de 60 carros-pipa. Até a tarde desta segunda, cerca de 700 litros de água haviam sido doados em Vitória, de acordo com os bombeiros.

As doações devem ser feitas no quartel do Corpo de Bombeiros Militar, situado na rua tenente Mário Francisco de Brito, na Enseada do Suá, em Vitória.

Outro ponto de doação na capital é a Defesa Civil Municipal, que fica na Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, 225, Edifício Tucumã, na Praia do Suá.

Em Colatina, as pessoas podem doar no antigo Restaurante Popular, próximo ao 8º Batalhão da PM. Já em Baixo Guandu, quem quiser doar pode procurar a Companhia da PM, no bairro Sapucaia.

As empresas que quiserem ajudar com carros-pipa devem entrar em contato com a Defesa Civil, pelo telefone (27) 9 9904-5736.

Ministério Público
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio do Centro de Apoio Operacional da Defesa do Meio Ambiente (Caoa) e das Promotorias de Justiça dos municípios afetados, informou que instaurou nesta segunda-feira (9) um inquérito civil para apurar as consequências e os impactos sociais e ambientais provocados em municípios capixabas.

Uma equipe técnica do MPES foi para Colatina para monitorar e avaliar os efeitos da lama na água do Rio Doce.

O Ministério informou também que realizou, nesta segunda, uma reunião preliminar com a Samarco para discutir o assunto. A reunião será retomada nesta terça-feira (10) e, na ocasião, a mineradora deverá apresentar ao MPES um plano concreto de ações emergenciais e um plano de abastecimento de água para os municípios de Baixo Guandu e Colatina.

Fonte:G1

 

 

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