Promover acessibilidade para os estudantes. Eis a razão de ser da Coordenação de Apoio às Pessoas com Deficiência da Universidade de Brasília (PPNE-UnB). Em agosto de 2019, a unidade recebeu um pedido mais que especial de uma aluna: adaptar partituras musicais para o braile. Dessa solicitação, nasceu o projeto Musicografia Braille.

A iniciativa tem o objetivo de diminuir a desistência de alunos por conta da falta de acessibilidade nas instituições. Carolina Lima, a estudante que solicitou as partituras em braile, precisava recorrer a lugares fora da UnB para ter acesso a todos os materiais adaptados do curso. Isso mudou a partir da conversa com a Coordenação que resultou no projeto.

“Essa estudante [Carolina] precisa de uma série de adaptações no formato dos materiais acadêmicos, principalmente em áudio para textos e no caso das partituras em formato braile, utilizando uma codificação específica no caso do braile, que é a musicografia braile”, explicou Thaís Imperatori, coordenadora da PPNE.

O projeto tem parcerias com o Departamento de Música e com o Laboratório de Apoio ao Deficiente Visual da Faculdade de Educação e da Escola de Música de Brasília. Isso porque o Musicografia Braille foi realizado a partir dos materiais utilizados por Carolina. A lista inclui canto coral, regência e disciplina de flauta.

Desde agosto, começou a produção de material próprio do curso. Foram desenvolvidos uma apostila de coral com dez partituras de canto, cinco cânones — composição de duas ou mais vozes entoando uma mesma melodia —, três partituras de piano, material e gráficos de matrizes para regência.

Outras instituições já possuem pesquisas nessa área, como é o caso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mas a Musicografia em Braille é o primeiro projeto com o objetivo da acessibilidade de partituras em braile na UnB. A iniciativa já gerou frutos fora da Universidade.

“Temos recebido um retorno positivo principalmente com jovens com deficiência interessados em dar continuidade nos seus estudos na educação superior e que tem visto a carreira da música como uma das possibilidades”, disse Thaís Imperatori. “Um dos pressupostos do projeto é entender que a acessibilidade precisa estar presente tanto nas condições de ingresso desse estudante — na realização do Enem, do vestibular —, quanto na garantia de permanência do estudante no seu curso”, completou.

O projeto contou, no semestre passado, com seis alunos bolsistas, dois voluntários e uma revisora de braile. Para o início do semestre 1º/2020, um edital está aberto com vagas para dez estudantes pelo período de um ano. Para participar é preciso ter conhecimento em teoria musical e noções de acessibilidade. O material adaptado está disponível para quem se interessar: basta solicitar na Coordenação de Apoio às Pessoas com Deficiência da UnB.

Saiba mais – O projeto de adaptação de partituras para o braile desenvolvido na UnB é o tema da edição desta sexta-feira, 10 de janeiro, do programa Trilhas da Educação, da Rádio MEC.

Texto e foto: Ministério da Educação (MEC)

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