Apresentando menor concentração de sódio e propriedades que combatem o colesterol, o sal extraído de planta pode representar um grande avanço para os brasileiros
Já ouviu falar em sal verde? Extraído de uma espécie específica de planta, chamada Sarcocornia Ambígua, este sal tem até três vezes menos cloreto de sódio e ainda tem a capacidade de evitar o envelhecimento precoce das células. Mas não para por aí… O sal extraído de planta ainda combate o colesterol e apresenta substâncias que atuam contra tumores. A planta responsável por este sal é normalmente encontrada no litoral catarinense.
Após a descoberta do sal extraído de planta há 10 anos, surgiu a ideia de substituir o tradicional sal de cozinha que tanto faz mal à saúde, pela solução verde. Para tal, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com a EPAGRI, estão analisando a viabilidade econômica e se é possível realizar a produção em grande escala, de forma que chegue até o consumidor comum.
“Sempre fazíamos expedição para coleta de material. Quando estávamos caminhando na praia, a planta chamou atenção, porque parecia um cactos, mas estava na água”, revelou Cecília Cipriano Osaida, fitoterapeuta responsável pela descoberta do sal extraído da planta, ao jornal Zero Hora. A descoberta, inclusive, ocorreu em parceria com outro pesquisador, Amaury Silva Junior, da EPAGRI.
Osaida, inclusive, acredita que o sal contido na planta é resultado de sua localização em uma área que combina mangue e mar na cidade de Palhoça, dentro da grande Florianópolis. Também há registros da planta em São Francisco do Sul e outros municípios do Rio Grande do Sul, o que reforça a hipótese de que é possível encontrar a Sarcocornia Ambígua ao longo de todo o litoral sul.
O que esperar no futuro?
Segundo Cecília, o próximo passo é dar entrada nos protocolos de cultivo. “Já pensou usar um sal que abaixa ao invés de aumentar a pressão arterial? É isso que o sal verde faz”, finaliza a fitoterapeuta. Outro pesquisador do projeto Flora Catarinense da Estação Experimental da EPAGRI, Alexandre Visconti, mostra otimismo e revela que já foram realizadas análises químicas que apontaram um cenário positivo pela frente, muito em razão da baixa concentração de sódio e pela quantidade de potássio da planta. A confiança é geral que em breve a produção de sal extraído de planta será possível.
“Temos um projeto, orçado em R$ 300 mil, que prevê produzir em áreas onde eram cultivados camarões. Então temos que ver se o sistema de produção mantém as características da planta”, observou o Alexandre. Nesta etapa, os estudos podem levar até três anos.