Para essa época de crise pandêmica, o filme O Poço, do diretor espanhol Galder GazteluUrrutia, é uma ótima pedida para reflexão. Não que o filme trate da epidemia, mas sim por focar os comportamentos dos seres humanos em sociedade. Com roteiro de David Desola e Pedro Rivero, o filme ganhou o Prêmio Goya de melhores efeitos especiais e o de melhor filme no Festival de Cinema de Sitges, na Catalunha.   Carregado de significados religiosos e políticos, o filme tem fortíssimos conteúdos psicológicos, sociais e sociológicos, revelando os sentimentos das pessoas de acordo com os níveis do poço. É um longa-metragem, lançado em 2019, com produção original da Netflix, O Poço alcançou um enorme sucesso no Brasil.

Classificado como terror, o filme é angustiante e chocante, com passagens violentas que beiram o absurdo. Pode ser visto como uma distopia que provoca muitas reflexões sobre a nossa realidade. Para alguns críticos, é um filme genial, mas para o público é perturbador. Faz o expectador pensar e questionar seu papel na sociedade atual. Na verdade, o assustador não são as imagens, mas os comportamentos. E como diz Carolina Marcello, mestre em Estudos Literário, Culturais e Interartes, no site Cultura Genial: “O Poço é um filme de terror com muito mais a dizer do que apenas assustar. Há uma eficiência brutal na narrativa, impulsionando-nos rapidamente para cima e para baixo do prédio vertical, forçando-nos a testemunhar muitos horrores.

Requer um estômago forte, especialmente quando vemos o que acontece nos níveis mais baixos, mas o fato de existir uma ideia maior faz com que a trama continue a evoluir à medida que o filme avança. Por mais que seja sombrio, o longa se move com uma velocidade tão feroz que nos deixa ofegantes quando compreendemos quão ruim as coisas podem ficar.” Para o diretor, o filme é uma crítica ao ser humano porque, na sua opinião, “somos uma espécie miserável”, afirmando que “queríamos confrontar o espectador com egoísmo e indiferença em relação ao sofrimento dos outros (…) O ser humano é, na minha opinião, uma espécie infeliz. O filme fala sobre lutar contra o que somos desde o nascimento: uma bola de egoísmo que chora e chora e pergunta e pergunta.” No elenco, estão os atores Iván Massagué, Alexandra Masangkay, Antonia de San Juan, Zorion Eguileor e Emilio Buale.

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