Minissérie: Explicando o Poder do Voto
3 episódios de 25 minutos cada
Netflix
Ano: 2020
Explicando o Poder do Voto é uma minissérie que a Netflix acaba de lançar e todos os que são interessados em política e na democracia deveriam ver. A minissérie foca no sistema eleitoral dos Estados Unidos aonde vigora um sistema democrático complexo e incompreensível para nós, brasileiros. É de certa forma complicado para entender como um candidato ganhar a eleição no voto popular, mas será um colégio eleitoral que decidirás se ele está eleito ou não.
Na última eleição, Donald Trump perdeu com uma diferença de 1,8 milhão de votos para Hillary Clinton, mas foi eleito presidente pelo colégio eleitoral com 538 delegados eleitos em seus estados. Para ser presidente, o candidato precisa conquistar 270 delegados, independentemente da quantidade de votos que recebeu dos eleitores.
A minissérie tem três episódios de 25 minutos cada. O primeiro episódio, O Direito ao Voto, analisa porque que no país que se ufana de “ser a maior democracia do mundo” muita gente ainda não tem o direito de votar. Por que ainda é preciso lutar pelo direito ao voto nos Estados Unidos? O episódio aponta as falhas do sistema que permitem barrar eleitores e que impedem muitas vozes de serem ouvidas nas urnas.
Ao assistir este episódio, você chegará à conclusão de que a democracia dos estadunidenses não é tão democrática como sua propaganda universal tenta mostrar e provar. Muito preconceito e discriminação permeiam um sistema que deveria ser mas não é democrático, conforme a minissérie esmiúça em fatos, dados, depoimentos e registros históricos. O segundo episódio tem o intrigante e instigante título: É Possível Comprar Uma Eleição? Na última campanha, Hillary e Trump mobilizaram nada menos que 1,8 bilhão de dólares. Ou seja, mais de 10 bilhões de reais (cotação do dólar em 7 de outubro de 2020). Os eleitores e a população dos Estados Unidos se perguntam porque as campanhas políticas são tão caras. E pior, só o dinheiro não garante a vitória. Trump arrecadou 600 milhões de dólares; Hillary obteve 1,2 bilhão de dólares. O dobro de Trump e perdeu. O cidadão dos Estados Unidos, neste episódio, questiona por que essas quantias tão altas de dinheiro e o que elas compram, afinal?
O terceiro episódio trata de O Poder do Voto. Aqui entram os delegados eleitorais, ou sejam, os verdadeiros eleitores norte-americanos, o que tem o poder final de decidir quem vai governar o país. Isto é, 538 pessoas não tão iguais aos 328,2 milhões de habitantes do país. São precisos apenas 270 votos para eleger o presidente da maior potência do mundo ocidental. Xi Jinping foi leito por 2.960 delegados comunistas.
Pelo jeito, não há muita diferença entre os dois países em seu sistema eleitoral. Enquanto na China há um partido
único, nos Estados Unidos são apenas dois. Os demais, cerca de 70 partidos, nem são reconhecidos pela imprensa, apesar de existirem oficialmente. Exemplo, outros três candidatos a presidente preencheram os requisitos para disputar a eleição, mas a mídia brasileira, porta-voz da mídia americana, não fala deles: Jo Jorgensen, do Partido Libertário; Howie Hawkins, do Partido Verde, e Don Blankenship, do Partido da Constituição.
O episódio questiona as distorções do sistema e as manipulações das fronteiras distritais, como aconteceu com Al Gore, que venceu as eleições em 2000 e, assim como Hillary, igualmente democrata, perdeu por causa de uma recontagem de votos dos delegados no estado da Florida governada pelo irmão do seu adversário, George W. Bush.
Vejam e assistam a minissérie com olhos de aprendizes. Vale a pena conhecer o sistema eleitoral dos Estados Unidos e comparar com o nosso.