Animal nunca visto vive sozinho e tem comportamentos semelhantes a diferentes espécies de baleias. Seu canto tem a maior frequência já registrada
Quando assistimos a um documentário sobre o fundo do mar, sempre nos chama a atenção a imensidão azul por onde passam cardumes de peixes, tubarões, estrelas-do-mar e tantas outras espécies que compõem a rica e vasta vida marinha. Outro detalhe é que todos estes animais estão acompanhados de seus parceiros ou em grupos, seja por uma questão reprodutiva ou mesmo para migração segura entre um ponto ou outro do oceano. Portanto, é raríssimo encontrarmos um animal sozinho em qualquer oceano, mas tem gente que está procurando “a baleia mais solitária do mundo” e é alguém famoso mundialmente.
O conceituado ator Leonardo DiCaprio é envolvido diretamente com diversas causas socioambientais ao redor do mundo, e isto não é segredo para ninguém. Recentemente, ele colaborou com um documentário chamado “Virunga”, que retrata a vida de gorilas em reservas na África, e agora embarca em outra aventura cinematográfica com cunho ambiental, desta vez visando encontrar e preservar a baleia mais solitária do mundo.
DiCaprio e a produção do filme (ainda em fase de pré-produção) estão atrás de um animal que nunca foi visto por ninguém e que possui um canto único dentre todas as outras espécies de baleias já registradas. Chamada de “Baleia dos 52 Hertz”, o animal foi descoberto apenas em 1989 por cientistas em exploração pelo Oceanográfico Woods Hole. Na ocasião, os profissionais captaram um canto inédito e com uma frequência jamais alcançada por qualquer outra baleia (o normal é entre 10 e 39 Hertz) e somente conseguiram repetir a façanha em 1990 e 1991. Foi só a partir de 2004 que a captação passou a ser anual.
Observando a baleia mais solitária do mundo
De acordo com o mapeamento das regiões onde o canto da baleia mais solitária do mundo foi registrado, os cientistas conseguiram observar que sua movimentação é semelhante à baleia azul em determinadas épocas do ano, porém, também segue baleias menores em outros períodos. A diferença básica é que a “Baleia dos 52 Hertz” está sempre sozinha pelo Oceano Pacífico ente agosto e dezembro, na costa da Califórnia e também no arquipélago Kodiak. Esta variação de comportamento e o fato de que ninguém nunca viu a baleia, faz com que sua classificação em uma ou outra espécie ainda seja algo impossível.
No campo científico, o canto das baleias é pauta de estudo há décadas e não faltam trabalhos na área, como o realizado por pesquisadores da Universidade Syracuse (EUA), que defende que cada baleia tem um canto exclusivo. Para chegar a este resultado, os pesquisadores mediram a duração, formato, harmonia e frequência dos cantos de várias espécies de baleias. O projeto é resultado de um trabalho para identificação e preservação de 13 baleias que vivem no Atlântico Norte. Os resultados finais serão divulgados em Pittsburgh (EUA) durante o Acoustical Society of America.
Militância ambiental de Leonardo DiCaprio
Como lembramos no início da matéria, o ator norte-americano, famoso por “Titanic” e “Os Infiltrados”, é um ativista ambiental. Uma das suas mais recentes contribuições foi a participação e o discurso feito na Cúpula do Clima, em Nova York, onde fez um apelo por medidas mais emergenciais contra as mudanças climáticas. Outro exemplo é a parceria firmada entre DiCaprio e a Netflix para que o ator assuma a produção de alguns documentários sobre preservação do meio ambiente. Vale ressaltar que o projeto “Virunga” também nasceu de uma parceria entre o ator e o serviço de streaming.
Além da participação de Leonardo DiCaprio, o filme sobre a baleia mais solitária do mundo é dirigido por Joshua Zeman e conta com o ator Adrian Grenier na busca para encontrar e entender o que fez esta baleia se separar das outras da mesma espécie. O financiamento do projeto só foi possível após arrecadação de US$ 400 mil através da plataforma de financiamento coletivo Kickstarter. DiCaprio contribuiu com US$ 50 mil.
Fonte: Pensamento Verde.