Prefeituras decidiram trocar a folia pelo combate ao mosquito

O Carnaval será menos animado para 1.438.872 brasileiros que moram nas 11 cidades que decidiram trocar os investimentos públicos nas festas de Carnaval pelo reforço no combate do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a chikungunya e o zika vírus.

Nove das onze cidades que decidiram barrar o Carnaval para investir mais no combate à epidemia são na região Sudeste. Em 2015, a região registrou mais de 60% das notificações de dengue, segundo o balanço do Ministério da Saúde.

As outras duas cidades são no Paraná, região Sul. Em todo o País, cerca de outras 40 cidades também decidiram cancelar o Carnaval, mas por motivos de redução de despesas ou tragédias naturais.

Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, onde moram 666.323 pessoas, a prefeitura iniciou um mutirão para eliminar focos do mosquito em terrenos e casas vazias. No primeiro dia de mutirão, foram 87 auto de infração e 30 notificações.

Nos últimos seis meses do ano passado, foram 1.401 casos de dengue confirmados na cidade. De acordo com o secretário de Saúde de Ribeirão Preto, Stenio Miranda, a dengue e o zika vírus vão gerar um custo entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões para a cidade neste ano em recursos de infraestrutura e da área de saúde.

Fantasias de Carnaval darão lugar às campanhas de prevenção Reuters

Fantasias de Carnaval darão lugar às campanhas de prevenção
Reuters

O tradicional Carnaval de rua das cidades de Antonina e Paranaguá, no litoral do Paraná, também foi cancelado por causa do Aedes aegypti. As duas prefeituras estudam adiar as comemorações para o mês de julho, quando o risco de contaminação é menor porque a temperatura diminui e tem menos mosquitos.

Na região de Campinas, a cidade de Nova Odessa vai usar os cerca de R$ 80 mil previstos inicialmente para financiar o Carnaval de rua para contratar funcionários temporários que atuarão nas ações de combate à dengue. O dinheiro também será usado em campanhas de conscientização e na operação “caça-treco” para retirar entulhos de terrenos baldios, onde o mosquito pode encontrar abrigo e água limpa para colocar seus ovos.

Na região Sudeste, foram 1.026.226 notificações de dengue em 2015, mais que a soma de todas as outras regiões: Nordeste (311.519 casos), Centro-Oeste (220.966 casos), Sul (56.187 casos) e Norte (34.110 casos).

Diante da situação, na segunda-feira (1º), a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou emergência internacional para o zika. A medida deverá facilitar a liberação de verbas para pesquisa e combate ao surto da doença.

Fonte:R7

Tamara leitte

Autor Tamara leitte

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