Lelé Arantes
A coligação formada pelo Patriota, Avante, Cidadania, PSB e PTC elegeu Saulo Morais de Castro, de 61 anos, prefeito do município de Catas Altas, em Minas Gerais, que, junto com seu candidato a vice-prefeito, Zé Venâncio, de 68 anos, obteve 1.900 votos, 51,46% dos votos válidos. O grupo de Morais elegeu quatro dos nove vereadores: Jessé Felippe Pedro dos Santos e Simone Aparecida de Oliveira, a Simone do Salão, pelo Patriota; e, Giovani do Táxi, do Cidadania, e Anízio Indé, do PTC.
Com 5.421 habitantes e um território de 240,042 quilômetros quadrados, a povoação surgiu por volta de 1694, por causa da descoberta de minas de ouro. Catas Altas está distante de Belo Horizonte 139km e ao lado de Mariana, situada aos pés da Serra do Caraça, integrando o Circuito do Ouro ao longo da Estrada Real.
Durante o ciclo da mineração, Catas Altas foi um dos mais ricos e populosos povoados de Minas. Com o esgotamento das minas, o arraial ficou praticamente abandonado. A história da cidade registra que, em 1868, chegou a Catas Altas o monsenhor Manuel Mendes Pereira de Vasconcelos para ser o vigário do arraial. A perceber o estado lastimável em que se encontrava o lugar, além do abatimento moral estampado nos rostos dos poucos moradores que ainda não haviam emigrado, ele procurou dar um jeito na situação.
O religioso acreditava que, para provocar mudanças drásticas, era necessário educar as pessoas, ensinar a cultura de subsistência e desenvolver o conceito da vida em comunidade. Ao encontrar uma muda de videira americana na casa de um amigo, ele descobriu ser possível produzir até mesmo o vinho que necessitava nas missas. A produção do vinho fez com que a população elevasse sua autoestima: uns plantavam as videiras, outros fabricavam o vinho, outros comercializavam o produto, numa cadeia em que o dinheiro girava e todos saíam ganhando. E no século XIX os moradores começaram a produzir também o vinho de Jabuticaba.
Hoje a cidade vive da mineração de ferro e tem o turismo como uma alternativa de renda e sustentabilidade. Seu PIB per capita é de R$ 114.738,85 (21.326,92 dólares, cotação de 21/11/2020). É o 39º maior PIB per capita do Brasil, o 7º do Estado e o 2º da sua região. Seu IDH deixa a desejar, é médio, com índice 0,684, porém seu IDEB está acima do nível nacional.
Duas das principais missões do prefeito Saulo é equacionar o PIB com a saúde e a pobreza. O índice de mortalidade infantil é alto e mais de um terço de sua população, 35,6% sobrevive com menos de meio salário mínimo. O média salarial dos trabalhadores formais é 2,3 salários mínimos. A população ocupada chega a 19,5%.