Um transplante de medula óssea trouxe de volta a saúde para o empresário Higor Jaime Siqueira, de 28 anos. Com oito anos ele foi diagnosticado com aplasia da medula óssea e ficou em tratamento até os 16 anos quando foi encontrado um doador compatível. Higor destacou a importância do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea, o Redome, para sua cura.

“Encontramos dentro do banco de doadores, que foi essencial para meu processo de cura, uma doadora. Não pude conhecê-la, mas sou muito grato a todo o processo, a toda a equipe”, disse o empresário. “Fiz o transplante com 16 anos em Jaú, São Paulo. Hoje sou muito feliz por esse processo. Tenho 28 anos, não tomo nenhum medicamento e sou totalmente saudável graças à doação e toda a equipe, todo esse grupo de pessoas que estão em prol da cura”, acrescentou.

Assim como ocorreu com Higor, muitas outras pessoas encontram um doador compatível por meio do Redome, coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão auxiliar do Ministério da Saúde. Atualmente, o Redome tem mais de 5 milhões de doadores cadastrados.

As condições para se cadastrar como doador de medula óssea sofreram alterações recentemente feitas por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União, em junho. A idade limite para o cadastramento passou a ser de 35 anos. Antes, era de 55 anos.

A coordenadora técnica do Redome, Danielli Oliveira, explicou que evidências científicas demonstram que quanto mais jovem o doador, melhor é o resultado para o transplante. “Por isso, a média de idade de doadores que realizam essa doação, de fato, é de 32 anos. Assim, a chance de um doador cadastrado com 40 anos, por exemplo, ser selecionado para transplante é muito menor que de um doador mais jovem. Por esse motivo, registros do mundo todo tem como limite de idade, 30, 35, 40 anos”, disse.

Os cadastrados no Redome permanecem no banco de doadores até os 60 anos, sejam os que se cadastraram com até 55 anos, ou os que vão se cadastrar a partir de agora, segundo o novo critério de 35 anos de idade.

Maior efetividade

Outra mudança é que sobre o exame HLA (Antígenos Leucocitários Humanos) que determina as características genéticas necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente. Será feita uma tipagem HLA mais completa.

“Atualmente, essa tipagem é parcial e de baixa resolução. Quando identificamos um doador, o nível de identidade ainda é uma identidade incompleta, eu preciso aprofundar essa busca em testes intermediários. A partir do momento que os doadores são cadastrados com uma tipagem mais completa, já vou poder saber, de início, se aquele doador é realmente compatível e isso acelera o processo de identificação e, consequentemente, de transplante”, detalhou.

Danielli Oliveira disse que alterações vinham sendo discutidas há cerca de três anos e seguem critérios internacionais.

Como se tornar um doador

O candidato a doador deve ter entre 18 e 35 anos e não apresentar doenças como as infecciosas ou as hematológicas.

Deve procurar um Hemocentro, apresentar documento oficial de identidade, com foto, preencher os formulários de identificação e assinar o termo de consentimento. Então, será colhida uma pequena amostra de sangue para testes destinados ao exame HLA.

Os dados pessoais e o tipo de HLA serão incluídos no Redome. Quando houver um paciente com possível compatibilidade, o candidato será consultado para decidir quanto à doação. Por isso, é necessário manter os dados sempre atualizados.

Para seguir com o processo de doação serão necessários outros exames para confirmar a compatibilidade e uma avaliação clínica de saúde. Somente após todas estas etapas concluídas o doador poderá ser considerado apto e realizar a doação.

Saiba mais sobre o Redome – Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea

Cruzamento de dados

Enquanto os doadores são cadastrados no Redome, as informações dos pacientes que precisam de transplante sem casos de compatibilidade na família são incluídas no Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme). Os dados dos dois registros são cruzados para verificar a compatibilidade entre pacientes e doadores. Essa busca é automática.

A doação de medula óssea pode ser aparentada ou não aparentada. No primeiro caso, o doador é uma pessoa da própria família, em geral um irmão ou um dos pais. Atualmente são, em média, 850 pacientes em busca de doador não aparentado, segundo o Inca.

Quando é necessário o transplante

O transplante de medula óssea é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas. Consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais da medula óssea com o objetivo de reconstituição de uma nova saudável.

FONTE: Governo do Brasil

FOTO: Ravena Rosa/Agência Brasil

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