As hepatites B e C são uma questão de saúde pública no Brasil, onde aproximadamente 1,5 milhão de pessoas vivem com alguma das duas infecções. Para contribuir com o enfrentamento do problema, o Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (7) a Linha de Cuidado das Hepatites Virais no Adulto, uma plataforma on-line que auxilia gestores, profissionais de saúde e cidadãos.

A iniciativa oferece subsídios para a organização e a padronização dos serviços oferecidos em todos os níveis de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS) – a plataforma pode ser acessada durante a consulta pelo computador, smartphone ou tablet. Ela também ajuda o usuário a ter mais autonomia, com acesso a informações sobre as doenças, quais as atividades de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação disponíveis na rede pública e por onde iniciar o atendimento.

“A recomendação inicial é que as pessoas procurem as unidades básicas de saúde (UBS) para fazer o teste rápido de detecção das hepatites B e C, disponibilizado gratuitamente, para evitar problemas de saúde mais sérios”, comenta o secretário de Atenção Primária (APS) do Ministério da Saúde, Raphael Câmara.

Ele lembra que o Brasil é signatário da estratégia global para a eliminação das hepatites virais como problema de saúde pública até 2030, sendo imprescindível a atuação da APS para o alcance desse objetivo. “A capilaridade e a inserção que a Atenção Primária tem nas comunidades facilita a abordagem de temas como as hepatites virais, a busca ativa, a promoção da vacinação e o acompanhamento dos pacientes. Por isso, a APS é protagonista neste trabalho”, defende.

Quadro das doenças

No Brasil, as hepatites mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. Existem ainda, o vírus da hepatite D (mais comum na região Norte) e o da hepatite E, que é menos frequente no país. As infecções causadas pelas hepatites B e C atingem principalmente o fígado. Por serem condições geralmente crônicas e silenciosas, a maioria das pessoas não descobre de forma precoce a infecção. É mais frequente identificar a doença quando ela se encontra em estágio avançado, com comprometimento das funções hepáticas, cirrose, câncer ou com a necessidade de transplante de fígado.

Atualmente, estima-se que mais de 450 mil pessoas estão com infecção ativa pelo vírus da hepatite C no Brasil, e cerca de 1,1 milhão de pessoas têm hepatite B e, possivelmente, desconhecem o diagnóstico. Globalmente, as infecções são responsáveis por aproximadamente 1,1 milhão de mortes por ano, tendo atingido 1,34 milhões de óbitos em 2015 e superando o número de mortes decorrentes do HIV/Aids.

O SUS disponibiliza testes rápidos para hepatites B e C, vacinas contra as hepatites A e B, exames de carga viral, exames confirmatórios e medicamentos seguros e eficazes, que permitem o controle da hepatite B e curam mais de 95% dos casos de hepatite C.

A Linha de Cuidado das Hepatites Virais no Adulto foi produzida pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde, em parceria com o Instituto para Avaliação de Tecnologia em Saúde (Iats), e com apoio da Secretaria de Vigilância Sanitária, e está disponível para download. A construção se baseou no levantamento de dados de protocolos, diretrizes e normas técnicas previamente estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias de Saúde estaduais e municipais.

O projeto

As linhas de cuidado fortalecem a Rede de Atenção à Saúde (RAS) ao promover a integração de ações e serviços e a formação de relações horizontais desde a unidade de saúde na Atenção Primária até os serviços especializados. A ferramenta facilita, orienta e incentiva o uso dos insumos, tecnologias e outros recursos em saúde no cotidiano de trabalho, na elaboração e na implementação de ações de prevenção, rastreio, diagnóstico, tratamento e acompanhamento das pessoas.

O material traz padronizações técnicas relativas à organização do atendimento no sistema de saúde e descreve o caminho mais adequado que o paciente deve percorrer ou o encaminhamento pela rede de assistência que a equipe de saúde deve prescrever. Além das hepatites virais, até o momento, foram lançadas linhas de cuidado sobre os seguintes temas: AVC no adulto, hipertensão arterial sistêmica, transtorno do espectro autista na criança, HIV/Aids no adulto, obesidade no adulto, diabetes mellitus tipo 2 e tabagismo. Outros temas previstos para lançamento são câncer de mama e do colo do útero, depressão, ansiedade e asma.

Acesse a plataforma aqui.

FONTE: Governo do Brasil

FOTO: Divulgação / Ministério da Saúde

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