Filme: Wasp Netwoork – Rede de Espiões
Diretor: Olivier Assayas
Elenco: Gael García Bernal, Edgard Ramirez, Penélope Cruz, Ana de Armas, Wagner Moura, Leonardo Sbaraglia, Julian Fynn e Tony Plana.
Ano: 2019
Entender as relações políticas e suas implicações entre Estados Unidos e a Cuba é algo que não se apreende em um único filme, mas Wasp Netwoork – Rede de Espiões, do diretor francês Olivier Assayas pode ser um início para essa compreensão.
Fidel Castro derrubou o ditador Fulgêncio Batista, aliado dos Estados Unidos, em 1959. Ele estava no poder desde 1952 e havia sido presidente entre 1040 e 1944. Com a ascensão da revolução comunista liderada por Castro, o governo americano, sob a presidência de Dwight Eisenhover, iniciou os embargos à economia cubana que evoluiu para o bloqueio total do comércio entre Estados Unidos e Cuba, decretado formalmente por ordem executiva do presidente John Kennedy, no dia 3 de fevereiro de 1962.
Com o bloqueio, Cuba passou a receber ajuda econômica da União Soviética e países não alinhados à política dos Estados Unidos. Os cubanos que não aceitaram o regime castrista foram para a Flórida (alguns emigraram e outros fugiram; a maioria fugiu e muitos morreram nas tentativas frustradas da travessia do Golfo do México). Os políticos cubanos radicados nos Estados Unidos passaram a patrocinar uma série de ataques aos hotéis e regiões turísticas de Cuba para desestabilizar a já combalida economia da ilha, sob o patrocínio de exilados ricos. O objetivo era aproveitar a queda do muro de Berlim, o fim da União Soviética que, também estava economicamente combalida, e derrubar o governo de Fidel Castro.
Sem o apoio soviético, a situação da economia de Cuba praticamente entrou em colapso. Faltavam alimentos, a energia elétrica passou a ser racionada, não havia empregos e o turismo, principal fonte de renda do país, estava sob o ataque dos cubanos exilados.
Um grupo de oficiais cubanos, fiéis ao governo, criou uma rede de espionagem e passou a infiltrar espiões entre os cubanos exilados em Cuba. Essa história foi escrita pelo jornalista e escritor brasileiro Fernando Morais e atraiu a atenção do diretor Olivier Assayas que reuniu um elenco de dar inveja às principais produções de Hollywood: Gael García Bernal, Edgard Ramirez, Penélope Cruz, Ana de Armas, Wagner Moura, Leonardo Sbaraglia, Julian Fynn e Tony Plana.
O filme reúne artistas do Brasil, Argentina, Cuba, México, Venezuela e Espanha. O diretor é francês, a música é do espanhol Eduardo Cruz e os produtores são o francês Charles Gillibert e o brasileiro Rodrigo Teixeira e o roteiro é de Assayas e Morais. O filme vale a pena para a compreensão política dos nossos tempos e, caso não o leitor não tenha interesses políticos, fique pelo menos com a conjunção de estrelas o filme reuniu. Ressalte-se que Wagner Moura está impecável em sua atuação.
