Lelé Arantes

Quando você for apertar a tecla verde da urna eletrônica, segure o dedo por alguns e se pergunte: o que este candidato faz quando ninguém está vendo?

Imagine que ele está em seu gabinete hermeticamente fechado e chega alguém com uma valise cheia de dinheiro para ele mudar seu voto ou votar neste ou naquele projeto que fere os interesses das crianças, dos idosos, das mulheres, dos trabalhadores, da saúde, da educação…

Só imagine.

Se você achar que ele pegará o dinheiro, terá coragem de votar nele?

Pense bem.

É a este tipo de coisa que se dá o nome de corrupção.

Em tese, o político quando está ocupando um cargo público, ele já está recebendo seu salário. Qualquer dinheiro a mais ou presentinhos (tipo um lote de terra, um carro, um agrado com vinhos caros, viagens pagas, etc…) são atos de corrupção.

Ou, aqui entre nós, alguém dá alguma coisa a um desconhecido sem interesse?

Se você acha que sim, que ele vai aceitar, e mesmo assim, votar nele, então você também é corrupto ou é corruptor.

A corrupção envolve sempre dois lados: o que aceita e o que paga. O que aceita é o corrupto; o que paga é o corruptor. Ambos querem a mesma coisa: levar vantagem, ganhar dinheiro fácil, ficar rico sem esforço e sem trabalhar e, em último caso, roubar você, furtar os eleitores, meter a mão grande no dinheiro da cidade, do estado ou da nação.

As coisas são muito simples e claras. Como funciona a eleição?

Pense na sua casa (o município, o estado e o país funcionam do mesmo jeito, só que em escala maior). Imagine assim: Você é o povo (trabalha e põe o dinheiro em casa que neste caso é a cidade, estado ou país), sua mulher ou marido é o prefeito e seus filhos são os vereadores (deputados estaduais e federais). A eles você delegou a função de administrarem a casa enquanto você trabalha e ganha dinheiro. Quando você chega em casa, quer tomar um banho quente, por uma roupa limpa, comer uma comida bem-feita e dormir o sono dos justos. Você quer seus filhos tenham boa escola, se ficar doente tenham saúde, viajar pelo menos uma vez por ano, etc… etc… Essas coisas que querem todas as famílias.

Mas aí começa a acontecer algumas coisas. O dinheiro começou a sumir, a comida não está boa, está faltando roupa limpa, os quartões e banheiros estão sujos, muito barulho, briga que não te deixam dormir, a empregada não recebeu seu salário, não tem o dinheiro do ônibus ou da gasolina do carro…. Não aconteceu nenhum contratempo, mas nesse ano não vai dar para viajar… e ainda por cima não pagaram o plano de saúde!

Então você pensa: o que aconteceu?

Você faz uma investigação (uma CPI, por exemplo) e descobre que a mulher (prefeito, governador, presidente da República) e seus filhos (maioria dos vereadores, deputados, senadores) se uniram contra você e estão desviando o dinheiro para bancar interesses pessoais deles, às escondidas de você… Enquanto você se mata de trabalhar, eles estão enriquecendo e você empobrecendo cada vez mais.

Pegou a moral da história?

É mais ou menos assim que a corrupção acontece.

Então, pensa bem, você daria a chave da sua casa, de olhos fechados, para o seu candidato a presidente ou governador? Ou ao seu candidato a deputado estadual ou federal?

Pois é assim que funciona.

Por isso, cuidado.

Nem, sempre o que o cidadão fala e faz sob as luzes do holofote é o que ele faz quando está sozinho, no escurinho do seu gabinete.

Pense nisso antes de votar.

Escolha bem. Escolha entre os candidatos do Patriota aquele que você pode confiar de olhos fechados.

Votar bem e votar seguro é ser Patriota.

 

IMAGEM: Nelson Junior/ASICS/TSE/Dedoc

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