Lelé Arantes
Cordislândia faz parte do mais novo polo vitivinicultor encravado no campo experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig, graças ao esforço e a visão do engenheiro agrônomo Murillo Albuquerque Regina, PhD em vitivinicultura e enologia pela Universidade Bordeaux, na França. Cordislândia, Três Corações e Três Pontas formam o triângulo onde se está produzindo uvas syrah, sauvignon blanc, cabernet sauvignon e cabernet franc para fabricação de vinhos de qualidade.
Nesta região que antes abrigou os índios Abatingueiras e Cataguás, o pernambucano José Paredes Viana deu início ao povoado de Paredes, próximo ao rio Sapucaí, por volta de 1860. O povoado cresceu pela força de sua principal atividade econômica que era a agropecuária, com a produção de café e leite. Em 30 de agosto de 1911, foi criado o distrito de paz de Paredes do Sapucaí que, em 30 de dezembro de 1962, foi elevado à condição de município, já com o nome de Cordislândia, por causa sua igreja matriz: Sagrado Coração de Jesus.
Atualmente, Cordislândia tem uma população de 3.542 habitantes, segundo o IBGE. Seu território tem 179,543 quilômetros quadrados e foi nestas terras férteis que o agrônomo Murillo descobriu o mais novo terroir do Brasil para o plantio de uvas viníferas que devem alavancar a economia regional nos próximos anos.
A partir de 1 de janeiro, a cidade passa a ser administrar por José Odair da Silva, de 48 anos, nascido em 30 de outubro de 1972. Candidato pelo Patriota, ele foi eleito prefeito com 1.201 votos, 52,35% da votação. Moacyr Ximenes Sobrinho foi eleito vice-prefeito. Foram eleitos junto com eles, cinco vereadores: Diego Vitor Lavrador, o Diego do Ronildo; José Ricardo Mendes, o Ricardo da Mata; e Nelson Luiz dos Santos, o Nelson da Kombi; e dois do Solidariedade, Rodrigo da Farmácia e Carlinhos do Jorge.
Fincada na região de Pouso Alegre, Cordislândia tem um PIB per capita de R$ 16.489,33 (3.064,93 dólares, cotação de 21/11/2020), o 8º da região e 312º do estado. Apenas 8,6% da população tem emprego formal, com uma média salarial de 1,8 salário mínimo. Mais de um terço, 34,8% da população sobrevive com menos de meio salário mínimo. O IDH do município, com 0,660 é baixo, está na 2.898ª posição no Brasil.
Por outro lado, o IDEB é alto, bem acima do nível nacional, com 7.5 no ensino infantil. Porém, a saúde requer atenção e melhorias urgentes; seu nível de mortalidade infantil é alto, com 25,64 mortes por mil nascidos vivos. Dados de 2018, do Instituto de Água e Saneamento, mostravam que 71,73% da população era atendida com abastecimento de água e 999 habitantes não tinham acesso à água. O prefeito Odair da Farmácia deverá atuar na equalização dos problemas de saneamento básico do seu município.