No mesmo mês do ano passado tinham sido 13 dias de ar bom.
Dias de ar ruim com excesso de partículas de poluente mais que dobraram.

O tempo seco que toma conta da Grande São Paulo desde o meio de junho derrubou aqualidade do ar nas últimas semanas. Em julho, a região metropolitana teve apenas 8 dias com ar considerado bom em relação a material particulado, que é a poeira formada especialmente pela queima de combustíveis. Em julho do ano passado, foram 13 dias de ar bom. A diferença é de 38,4% para pior.

Já os dias com qualidade moderada cresceram de 16 para 18 e os dias com qualidade ruim, de 2 para 5. Os dados são da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) e consideram as medições nas 23 estações de medição da Grande São Paulo. Se em determinado dia uma estação registra qualidade ruim, e as outras 22 qualidade boa, o dia fica com classificação ruim no registro da Cetesb.

Segundo o meteorologista Thomáz Garcia, do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Prefeitura de São Paulo, há uma situação de bloqueio atmosférico sobre o estado de São Paulo que dificulta a penetração de frentes frias e umidade, o que impacta diretamente no aumento da poluição. Tanto que o mês de julho teve apenas 6,6 mm de chuva na capital, apenas 8% dos 75,3 mm de julho do ano passado.

Esse bloqueio cria um cenário de maior amplitude térmica. A mínima média pela manhã foi de 12,4ºC, menor que os 13,5ºC de julho de 2015. Como o ar frio é mais pesado, ele permanece próximo ao solo, evitando a dispersão dos poluentes.

De acordo com Paulo Saldiva, diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP, o material particulado pode causar os mesmos danos à saúde que o cigarro, em especial aumento de inflamação do pulmão e outras doenças respiratórias. Dependendo do nível de exposição, pode ainda causar problemas como pressão arterial.

Padrão
O mês de julho teve três dias com ultrapassagens do padrão mínimo de qualidade do ar considerado saudável pelo governo do estado de São Paulo – de 120 microgramas por metro cúbico de ar. Isso ocorreu entre os dias 11 e 15, duas vezes na estação de medição de Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo, e uma vez em Osasco, na região metropolitana.

Segundo Saldiva, esse número de dias de ar considerado fora dos padrões caso a Cetesb usasse o índice da Organização Mundial da Saúde, que é de 50 microgramas por metro cúbico. Em 2013, o governo estadual fez uma pequena redução do parâmetro, que era de 150 microgramas por metro cúbico. A meta é chegar aos 50 indicados pela OMS, mas não há data para isso ocorrer.

A piora na qualidade do ar em julho constatada nas medições da Cetesb é insuficiente para avaliar se há tendência de aumento ou diminuição dos níveis de poluição no médio e longo prazo, segundo a companhia. “Para este tipo de estudo são necessárias comparações de dados em séries históricas mais longas”, afirma a Cetesb.

Fonte:G1 Natureza

Tamara leitte

Autor Tamara leitte

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