Livro: Pequeno Manual Antirracista
Autora: Djamila Ribeiro
Editora: Companhia das Letras
— Quantos médicos você conhece? E quantos são negros?
— Quantos advogados você conhece? E quantos são negros?
— Quantos dentistas você conhece? E quantos são negros?
— Quantos engenheiros e arquitetos você conhece? E quantos são negros?
— Quantos jornalistas você conhece? E quantos são negros?
— Quantos ministros, governadores, presidentes você conheceu ao longo da história do Brasil e quantos são negros?
Se essas perguntas te irritam, é bom você começar a pensar em seu nível de racismo. Quando alguém diz que no Brasil não existe racismo analise os números e olhe em volta para verificar se isso reflete a realidade do seu dia a dia. Comece pelo seu ambiente de trabalho.
A filósofa Djamila Ribeiro é autora do Pequeno Manual Antirracista, publicado pela Companhia das Letras, uma das maiores editoras do País. Este livro propõe reflexão e discussão em torno de temas como racismo no ambiente de trabalho, negritude e branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. São assuntos de grande relevância principalmente neste momento em que o mundo parece dar uma guinada para um rumo que, ao invés de cultivar a tolerância, propala, propaga e realça uma luta contra todos os avanços sociais, culturais e políticos conquistados a partir da 2ª Guerra Mundial.
Esse quadro se alarga e se aprofunda no Brasil onde o racismo está amalgamado aos costumes e práticas em cerca de 300 anos de escravidão. Qualquer avanço na tentativa de melhorar a vida e defender a integridade de pessoas negras e pardas ofende uma grande parcela da população branca que busca defender seus privilégios a qualquer custo.
Os números reunidos por Djamila Ribeiro são assustadores quando reunidos e impressos em uma página de livros, todavia, não parecem assustar no dia a dia, quando divulgados em forma de notícias. A exposição da população negra à violência salta aos olhos e revela que está sendo vítima de um genocídio: os negros formam 55,8% da população brasileira e são 71,5% das pessoas assassinadas no país. Há algo de errado em tudo isso e não se pergunta por que.
Mas preferimos criar piadas ao invés de repensarmos que tipo de cultura estamos desenvolvendo. Djamila ressalta que, entre 2006 e 2016, o número de homicídios que matou pessoas brancas, amarelas e indígenas diminuiu 6,8% enquanto no mesmo período aumento em 23,1% o número de pessoas negras assassinadas. A Anistia Internacional alerta que a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil.
O Pequeno Manual Antirracista é um livro que os governos deveriam distribuir nas escolas e em cada lar brasileiro. Com certeza ajudaria a Nação a encontrar caminhos não violentos para abrir caminhos para a tolerância e para o desenvolvimento da igualdade educacional, cultural, econômica e social.
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