Empresa deve registrar grandes perdas financeiras e reputacionais, de acordo com o mercado
A companhia anglo-holandesa Royal Dutch Shell, gigante no mercado petrolífero, anunciou no fim de setembro a desistência na exploração de petróleo no mar do Ártico. O abandono acontece após a empresa não conseguir obter volumes suficientes da commodity na região.
Além das análises no local, a decisão de abandonar o projeto se baseou nos altos custos e na imprevisibilidade das regulamentações ambientais federais na costa do Alasca.
O movimento tem sido comemorado bastante pelos ambientalistas, que temiam pela devastação da região. Esse era um dos projetos de petróleo mais polêmicos do mundo, já que o Ártico vem sofrendo perdas irreparáveis em seu ecossistema com o derretimento das geleiras, que causa o desaparecimento das espécies e mudanças geográficas.
Para os ambientalistas, a região precisa se tornar uma área de proteção permanente, sem a presença da indústria petrolífera e livre da pesca predatória. Alguns, inclusive, defendem o uso de energias renováveis e a criação de um “santuário” para proteger águas internacionais que circundam o Pólo Norte para minimizar os impactos.
Os acionistas da Shell também se mantinham contra o projeto, já que além de caro e arriscado, pode ter gerado desgaste à sua reputação. Eles ainda se preocupavam com o preço do petróleo, que caiu mais da metade em um ano e levou as empresas a reduzirem seus investimentos.
O anúncio aconteceu apenas seis semanas após o governo americano ter concedido permissão para que a empresa iniciasse o projeto de exploração na região. Esse é o segundo problema de grandes proporções sofrido pela empresa no Ártico. Em 2012, a Shell precisou interromper a exploração por três anos depois de ter perdido o controle sobre uma plataforma de perfuração.