Livro: 38 Estratégias Para Vencer Qualquer Debate – A Arte de Ter Razão.

Autor: Arthur Schopenhauer

Editora: Faro Editorial

 

“Como em qualquer disputa, em uma discussão o que está em ação não é o desejo pela verdade, mas o desejo pelo poder. E o ser humano, que não é um ser especialmente nobre, revela seu lado mais sombrio: a vaidade e a hipocrisia triunfam.” Esta frase é de Karl Otto Erdmann, filósofo alemão que morreu em 1931, mas escreveu uma introdução ao livro inacabado de Arthur Schopenhauer (morto em 1860) que teve publicação póstuma: 38 Estratégias Para Vencer Qualquer Debate – A Arte de Ter Razão.

Para muitos, este é o livro de cabeceira usado por Olavo de Carvalho e Jair Bolsonaro para desconstruir argumentos e perguntas que ferem seus interesses. O livro tem como base a dialética erística em que buscando unicamente a vitória em um debate, abandona-se qualquer preocupação com a verdade. A dialética erística vem da deusa grega Éris, portadora do caos, da contenda e da discórdia.

Como escreveu Ewandro Stenz, em 13 de agosto de 2018: “A obra em questão é um dos mais sinceros textos filosóficos já publicados, e ensina como vencer debates sem ter razão. Schopenhauer faz a distinção entre a lógica, que tem a ver com o conteúdo da argumentação, e a dialética, cujo objetivo maior é o convencimento dos demais. Segundo o autor, toda tese apresentada pode ser atacada de duas maneiras: Ad rem (foco na questão). E, ad hominem (foco no oponente). O último modo, como não tem relação com a tese, recusa-se de antemão a acrescentar algo que ajude no esclarecimento da verdade objetiva. Leva-se a questão para um campo (geralmente moral) onde o objeto discutido não pode ser examinado claramente.”

“Eu não sou coveiro” ou “pergunta pra sua mãe”… Essas respostas são erísticas. Para fugir da pergunta, Bolsonaro lança mão de algo absurdo, como uma reposta evasiva, sem sentido. Não é uma resposta aleatória e improvisada. Ela foi pensada eristicamente. Donald Trump também é useiro e vezeiro dos ensinamentos de Schopenhauer: não deixar o interlocutor falar, entrecortando a sua construção de pensamento, de tal maneira, que organizar qualquer resposta sensata se torne quase impossível. Trump fez isso o tempo todo nos debates com Biden.

Stenz explica que, com isso, a plateia perde o foco “e a discussão pode ser encaminhada para qualquer lado. Combinando estas duas estratégias com uma terceira — proclamar a vitória sobre o tema, sem ter realmente vencido a discussão”. Quando não, a resposta vem forma de ataques pessoais, arranhando a honra do outro, como forma de intimidação.

Então, encontre o livro. Compre-o e estude-o. A obra, ao contrário dos escritos filosóficos do próprio Schopenhauer (como As Dores do Mundo) é de fácil leitura e fácil compreensão.

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